Tigre, tigre que flamejas
nas florestas da noite.
Que mão, que olho mortal
se atreveu a plasmar tua terrível simetria?
Em que longínquo abismo, em que remotos céus
ardeu o fogo de seus olhos?
Sobre que asas se atreveu a ascender?
Que mão teve a ousadia de capturá-lo?
Que espada, que astúcia foi capaz de urdir
as fibras do teu coração?
E quando seu coração começou a bater,
que mão, que espantosos pés
puderam arrancar-te da profunda caverna,
para trazer-te aqui?
Que martelo te forjou? Que cadeia?
que bigorna te bateu? Que poderosa mordaça
pôde conter teus pavorosos terrores?
Quando os astros lançaram os seus dardos,
e regaram de lágrimas os céus,
sorriu Ele ao ver sua criação?
Quem deu vida ao cordeiro também te criou?
Tigre, tigre que flamejas
nas florestas da noite.
Que mão, que olho mortal
se atreveu a plasmar sua terrível simetria?
O Tigre - Willim Blake
domingo, 24 de abril de 2011
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