"Não vai encostar um dedo nela, cavalheiro", dissera Sir Albert metendo-se entre Tess e Selene.
- Tudo bem, Al... Posso me defender sozinha... - disse ela em puro reflexo, apotando sua espada para Tess. Suas mãos eram firmes e ela não tremia, mas seu coração batia forte e ressentido.
Agora eram dois contra um, mas não de verdade já que, se necessário, qualquer soldado poderia ajudar seu semelhante na luta. Selene e Tess finalmente se olhavam nos olhos, estavam frente a frente depois de vários dias, ambos firmes.
- Você desobedeceu o Ethos, princesa... - disse ele calmamente. Os lábios dela crisparam.
- Será mesmo? Você acredita realmente nisso? - disse ela sem abaixar a espada.
- Eu vi, Selene. - respondeu ele num tom sério.
Houve uma risada breve.
- Ela perguntou se você acredita, rapaz... - disse Al - Uma pergunta bem esperta, apropósito, meu bem... - terminou ele sorrindo de leve.
Selene esperou por eternos segundos que Tess respondesse algo, que fizesse um mínimo comentário, ou que dissesse um mero "a" que demonstrasse que mesmo que ele não a defendesse, só fazia aquilo por ordem, e não por vontade. Mas não houve resposta.
- Então é você que vai me mandar para a prancha? É você que vai me jogar no mar? - disse ela entre os dentes.
Tess olhou para o vice-rei que afirmou com a cabeça e disse:
- É, sou eu. - e aproximou mais a espada contra ela.
- Então vai ter que se esforçar... - respondeu ela desviando-se da investida dele para atacar em seguida com a ajuda de Albert.
Era de fato verdade que Tess era um ótimo espadachim, um dos melhores do reino, diziam. Mas não o melhor. Esgrima, é claro, é como qualquer outra arte, e assim sendo, por mais que se treine dia e noite, todo o esforço do mundo de nada vale quando se não põe sentimento naquilo que se faz. (E Tess ainda não sabia disso, pelo menos não ainda...)
Era vísivel na luta que se seguia toda a técnica que ele sabia. Selene, inversamente, não tinha tanta técnica, mas adorava espadas desde que vira seu pai lutar quando era criança. Ela tinha aprendido a lutar com Albert, que a ensinou a luta de espadas não só com técnica, mas com espontaniedade, com a paixão de um verdadeiro espadachim. Ele tinha uma frase que sempre costumava dizer para Selene, que servia não só para esgrima, mas para outras coisas também: "O melhor espadachim não deve temer o segundo melhor, mas sim o pior de todos pois este é imprevisível"*.
Curiosamente, tais fatos sobre os jovens espadachins os deixavam num pé de igualdade muito interessante. Alguns soldados adiantaram-se para acompanhar Tess, mas o vice-rei ordenou um simples "Deixem-nos". E era algo realmente bom de se assistir, até mesmo Albert recuou um pouco... Parecia que nenhum dos dois precisava de ajuda...
[Soundtrack: "No Fear" - Rasmus]
---------------------------------------------
*N/A: Frase do filme "A Orgia da Morte".
- Tudo bem, Al... Posso me defender sozinha... - disse ela em puro reflexo, apotando sua espada para Tess. Suas mãos eram firmes e ela não tremia, mas seu coração batia forte e ressentido.
Agora eram dois contra um, mas não de verdade já que, se necessário, qualquer soldado poderia ajudar seu semelhante na luta. Selene e Tess finalmente se olhavam nos olhos, estavam frente a frente depois de vários dias, ambos firmes.
- Você desobedeceu o Ethos, princesa... - disse ele calmamente. Os lábios dela crisparam.
- Será mesmo? Você acredita realmente nisso? - disse ela sem abaixar a espada.
- Eu vi, Selene. - respondeu ele num tom sério.
Houve uma risada breve.
- Ela perguntou se você acredita, rapaz... - disse Al - Uma pergunta bem esperta, apropósito, meu bem... - terminou ele sorrindo de leve.
Selene esperou por eternos segundos que Tess respondesse algo, que fizesse um mínimo comentário, ou que dissesse um mero "a" que demonstrasse que mesmo que ele não a defendesse, só fazia aquilo por ordem, e não por vontade. Mas não houve resposta.
- Então é você que vai me mandar para a prancha? É você que vai me jogar no mar? - disse ela entre os dentes.
Tess olhou para o vice-rei que afirmou com a cabeça e disse:
- É, sou eu. - e aproximou mais a espada contra ela.
- Então vai ter que se esforçar... - respondeu ela desviando-se da investida dele para atacar em seguida com a ajuda de Albert.
Era de fato verdade que Tess era um ótimo espadachim, um dos melhores do reino, diziam. Mas não o melhor. Esgrima, é claro, é como qualquer outra arte, e assim sendo, por mais que se treine dia e noite, todo o esforço do mundo de nada vale quando se não põe sentimento naquilo que se faz. (E Tess ainda não sabia disso, pelo menos não ainda...)
Era vísivel na luta que se seguia toda a técnica que ele sabia. Selene, inversamente, não tinha tanta técnica, mas adorava espadas desde que vira seu pai lutar quando era criança. Ela tinha aprendido a lutar com Albert, que a ensinou a luta de espadas não só com técnica, mas com espontaniedade, com a paixão de um verdadeiro espadachim. Ele tinha uma frase que sempre costumava dizer para Selene, que servia não só para esgrima, mas para outras coisas também: "O melhor espadachim não deve temer o segundo melhor, mas sim o pior de todos pois este é imprevisível"*.
Curiosamente, tais fatos sobre os jovens espadachins os deixavam num pé de igualdade muito interessante. Alguns soldados adiantaram-se para acompanhar Tess, mas o vice-rei ordenou um simples "Deixem-nos". E era algo realmente bom de se assistir, até mesmo Albert recuou um pouco... Parecia que nenhum dos dois precisava de ajuda...
[Soundtrack: "No Fear" - Rasmus]
---------------------------------------------
*N/A: Frase do filme "A Orgia da Morte".
Nenhum comentário:
Postar um comentário