Selene e Sir Albert vagavam na invenção errante que cruzava os campos Floratta com os soldados atrás deles em seus cavalos. Porém, havia um detalhe cruel: quem liderava a busca de seus soldados era o próprio vice-rei. O estranho transporte era rápido, mas não o suficiente, então, após algumas horas de perseguição, os procurados finalmente foram pegos.
Selene fora puxada pelos cabelos por um dos soldados, caindo do bizarro veículo, e sendo arrastada um metro ou dois pelo chão de terra, enquanto Albert foi empurrado da direção, caindo ao lado de um dos cavalos. Ambos ganharam vários cortes e arranhões, e mal se levantavam quando os cavalos afastaram-se, abrindo caminho. O vice-rei passava pela pequena trilha feita pelos cascos dos cavalos, vestia seu tradicional uniforme de militar e os olhos estavam cobertos pela sombra de seu quepe.
Albert foi pego de costas por um dos soldados enquanto outro puxava Selene para levantar-se. Apesar dos arranhões e da raiz de seus cabelos doerem, ela levantou-se com um pequeno sorriso nos lábios.
- Papai, você sabe que não fui eu... Você sabe, não sa-
A frase foi cortada por um tapa que ela recebeu do vice-rei. Selene ficou em choque, assim como Albert e a maioria dos soldados alí presentes. Era a primeira vez que ele havia feito isso. Mas não havia doído tanto quanto o rápido olhar que ele lhe lançara para voltar ao seu rumo com todos atrás de si. Decepção.
Ela seguia apenas pela inércia dos soldados puxando-a pelos braços, mesmo em choque, suas pernas ainda funcionavam, e pelo caminho, Albert era o único que a olhava com alguma compaixão nos olhos. A marcha pela cidade era lenta, e por todo o lado, surgiam cidadãos curiosos que acompanhavam a escolta até a Praça Central. A notícia tinha se espalhado rapidamente, portanto a praça obviamente já estava cheia de curiosos quando Selene e Albert foram trazidos para lá.
Todos falavam baixinho entre si, comentando o ocorrido. Era possível sentir o ar de fofocas e ver os sorrisos maldosos de uma ou outra pessoa que instigava uma conversa sobre traição. Selene olhou todos com ódio, sem dizer uma palavra. É claro que o povo era assim, todos os povos eram. Sempre esperam grandes fofocas e traições entre a realeza, acioso para espalhar o veneno de suas linguas afiadas.
Traidores, pensava ela, mesmo sabendo que é natural do ser humano apreciar a tragédia do próximo. Ela e Albert foram puxados até o centro da praça e presos em algemas enquando o vice-rei se punha ao lado deles, desenrolando um rolo de pergaminho para ler. Em voz alta, ele declarou a prisão de ambos por assassinato e cumplicidade, e traição à Coroa. Ambos seriam condenados a se deixados à deriva no mar até morrem por afogamento.
Eram palavras duras para um pai dizer sobre a própria filha e ao gentil conselheiro de seu pai morto, mas ele nao gaguejou nenhuma vez, suas palavras eram firmes e rígidas com sua postura. Ele não tinha escolha senão seguir a lei, e mesmo Selene sabendo disso, sua boca pendia levemente de indignação. Não era justo.
O vice-rei mandou que o navio fosse carregado enquanto o povo lhes jogava tomates. As pessoas riam, porque é isso que elas gostam de fazer. O soldado insistente que a segurava logo encaminhou-a para o navio, com Albert atrás de si, também preso por um brutamontes. As algemas eram apertadas e faziam os pulsos incharem, não só pelo aperto, mas pelo nervosismo de ambos.
A multidão obviamente também os acompanhava em direção ao píer. Selene e Albert seriam trancados nas celas do navio. Provavelmente eles ficariam à pão e água, mas isso não era importante. Ela finalmente havia percebido que Tess não estava entre os soldados. Seus olhos marejaram. Não fazia idéia de onde ele podia estar. Seu peito ardeu e as lágrimas ameaçaram cair de seus olhos. Iria ele, talvez, no último minuto, salvá-la?
Então ela o viu. Ele entrava no navio com outros soldados e marinheiros. Ele não olhara para ela, apenas entrara com os outros.
[Soundtrack: "Crablouse" - Lords of Acid e "I don't care" - Apocalyptica]
Selene fora puxada pelos cabelos por um dos soldados, caindo do bizarro veículo, e sendo arrastada um metro ou dois pelo chão de terra, enquanto Albert foi empurrado da direção, caindo ao lado de um dos cavalos. Ambos ganharam vários cortes e arranhões, e mal se levantavam quando os cavalos afastaram-se, abrindo caminho. O vice-rei passava pela pequena trilha feita pelos cascos dos cavalos, vestia seu tradicional uniforme de militar e os olhos estavam cobertos pela sombra de seu quepe.
Albert foi pego de costas por um dos soldados enquanto outro puxava Selene para levantar-se. Apesar dos arranhões e da raiz de seus cabelos doerem, ela levantou-se com um pequeno sorriso nos lábios.
- Papai, você sabe que não fui eu... Você sabe, não sa-
A frase foi cortada por um tapa que ela recebeu do vice-rei. Selene ficou em choque, assim como Albert e a maioria dos soldados alí presentes. Era a primeira vez que ele havia feito isso. Mas não havia doído tanto quanto o rápido olhar que ele lhe lançara para voltar ao seu rumo com todos atrás de si. Decepção.
Ela seguia apenas pela inércia dos soldados puxando-a pelos braços, mesmo em choque, suas pernas ainda funcionavam, e pelo caminho, Albert era o único que a olhava com alguma compaixão nos olhos. A marcha pela cidade era lenta, e por todo o lado, surgiam cidadãos curiosos que acompanhavam a escolta até a Praça Central. A notícia tinha se espalhado rapidamente, portanto a praça obviamente já estava cheia de curiosos quando Selene e Albert foram trazidos para lá.
Todos falavam baixinho entre si, comentando o ocorrido. Era possível sentir o ar de fofocas e ver os sorrisos maldosos de uma ou outra pessoa que instigava uma conversa sobre traição. Selene olhou todos com ódio, sem dizer uma palavra. É claro que o povo era assim, todos os povos eram. Sempre esperam grandes fofocas e traições entre a realeza, acioso para espalhar o veneno de suas linguas afiadas.
Traidores, pensava ela, mesmo sabendo que é natural do ser humano apreciar a tragédia do próximo. Ela e Albert foram puxados até o centro da praça e presos em algemas enquando o vice-rei se punha ao lado deles, desenrolando um rolo de pergaminho para ler. Em voz alta, ele declarou a prisão de ambos por assassinato e cumplicidade, e traição à Coroa. Ambos seriam condenados a se deixados à deriva no mar até morrem por afogamento.
Eram palavras duras para um pai dizer sobre a própria filha e ao gentil conselheiro de seu pai morto, mas ele nao gaguejou nenhuma vez, suas palavras eram firmes e rígidas com sua postura. Ele não tinha escolha senão seguir a lei, e mesmo Selene sabendo disso, sua boca pendia levemente de indignação. Não era justo.
O vice-rei mandou que o navio fosse carregado enquanto o povo lhes jogava tomates. As pessoas riam, porque é isso que elas gostam de fazer. O soldado insistente que a segurava logo encaminhou-a para o navio, com Albert atrás de si, também preso por um brutamontes. As algemas eram apertadas e faziam os pulsos incharem, não só pelo aperto, mas pelo nervosismo de ambos.
A multidão obviamente também os acompanhava em direção ao píer. Selene e Albert seriam trancados nas celas do navio. Provavelmente eles ficariam à pão e água, mas isso não era importante. Ela finalmente havia percebido que Tess não estava entre os soldados. Seus olhos marejaram. Não fazia idéia de onde ele podia estar. Seu peito ardeu e as lágrimas ameaçaram cair de seus olhos. Iria ele, talvez, no último minuto, salvá-la?
Então ela o viu. Ele entrava no navio com outros soldados e marinheiros. Ele não olhara para ela, apenas entrara com os outros.
[Soundtrack: "Crablouse" - Lords of Acid e "I don't care" - Apocalyptica]
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