sábado, 14 de maio de 2011

Suicidal Princess

Doces noites de primavera me lembram de teu perfume
Como pode ser uma lembrança tão forte, e ao mesmo tempo
tão temerosa? (porque, ao ser tão perfeita, faz-me acreditar
que seja apenas um sonho)

Batalhas suas lhe roubam de mim
Serão as águas pelas quais você navega tão salgadas
quanto as lágrimas que choro em saudade?
Serão tão profundas quanto meus sentimentos?

Quando voltarás da incessável busca pela perfeição?
Talvez me trouxesse flores ou vestidos
mas me importam as especiarias
doces e picantes
o cheiro do cravo
e o gosto das rosas
canela para os doces

(ou Talvez magoasse meu coração mil vezes...)

Que cruéis truques prega-se numa dama?
Rasga-lhe o coração com a um de seus vestidos?
(ou pulsos?)
Falta-lhe tempo
Sobra-lhe oceanos de espaço

Terras distantes vos separam
impiedosas distâncias e seus povos desconhecidos
Suas intermináveis batalhas, tão valiosas por suas causas
e tão tristes por vitórias celebradas na solidão de uma guerra eterna
São muitas vitórias, mas realmente voltará?
Valerá a pena ver companheiros morrer de diante de teus olhos?
Que farão eles sem suas damas?

Se voltar desta guerra,
traga-me uma flor que eu nunca tenha visto
um doce que surpreenda meu paladar...
Mas traga também o calor de seu abraço
e com seu amor, me dê um pedaço do céu
(ainda que em troca tenha que sentir a dor de sua espada,
de sua ida,
da incerteza de sua volta)

A dama chora
e os mares em seus olhos
(caem silentes e constantes)
tornam-se vazios e sem vida
e seu olhar perde-se no infinito...

Aos seus pés, belas conchas que ele lhe trouxera
espalhadas em volta de si
tinham o cheiro do mar
(e o som das ondas)
(pareciam suspiros do distante cavalheiro)

Toda vez que o cavalheiro partia
a dama sabia que o cheiro da morte o acompanharia em sua volta
já que, a cada ida, a saudade matava-a
por fazê-la andar pelas areias, impedindo-se
(contendo-se) para não nadar até o horizonte de águas misteriosas
que guardavam a nau de seu amado

Aflito coração o que espera por aquele que está longe
Mais aflito o que espera pelo que não quer voltar
que terrivel peça não se prega no coração de uma dama?
quantas terríveis ilusões a distância não cria em sua imaginação?
de quantas sacadas não se jogaria ao mesmo mar profundo que engole seu amado?

Doces ondas que a puxam para baixo
afogam-na em seu amor
roubam-lhe a respiração
pesam-lhe o peito
e enterram-na no oceano de lágrimas
em que sempre viveu na espera de seu amado

domingo, 1 de maio de 2011

Prólogo (steampunk)

(Trilha sonora do Post: "I Want it All/We Will Rock You [Mash-up] - Queen ft. Armageddon)



- Século XXIII -




"Caros leitores, esta é, provavelmente, nossa última publicação. Como sabem, o New York Times entrou nas sombras nas últimas décadas, desde a volta das ditaduras governamentais em escala mundial. Cada vez mais meios de comunicação têm tido interferências da corrupção de seus governos, adeptos da tecnologia a qualquer custo.


Toda a humanidade encontra-se em uma decadência jamais vista, nossos recursos naturais estão se esgotando, e logo não teremos mais energia para continuar no ar (ou talvez sejamos presos, como muitos outros jornalistas antes de nós). O New York Times deseja aos senhores sorte para continuar sobrevivendo, e cuidado nos tempos de trevas que se seguem. Podemos ser presos ou mortos, mas enquanto a busca pela verdade continuar, a imprensa jamais terá fim."


- The New York Times





- Século XXV -




- Senhor Presidente, as revoltas estão chegando perto da Casa Branca!

(Quase toda a população mundial foi marginalizada, criando abrigos para sobreviver. Pela falta de comida e recursos, somente os mais jovens continuavam sobrevivendo, e por passarem muito tempo confinados, aceleraram o desenvolvimento tecnológico.


Com o passar dos anos, os governos passaram a diminuir consideravelmente o fornecimento de água e energia para a população, levando os pequenos grupos sobreviventes, dotados de um conhecimento muito mais desenvolvido de informática, a objetivar a invasão dos sistemas governamentais.)




- Meados do Século XXV -




- Senhor Presidente, Senhor Presidente! Invadiram o computador do Pentágono!

(Mísseis foram disparados para todas as partes do mundo causando uma nova guerra. Várias regiões mundiais foram antigidas por radiação, e outras foram destruídas quase que completamente.



A Casa Branca deixara de existir, assim como parlamentos e outros centros de poder. Líderes foram mortos e a população sobrevivente caiu em anarquia.)





- Fim do Século XXV -





O mundo dividira-se em grupos islosados, uns muito longe dos outros, nas poucas áres do planeta em que ainda era possível sobreviver. Por causa da radiação gerada na guerra, a população se dividiu entre humanos, que não tinham sido atingidos pela radiação, e os freaks que sofreram algumas alterações genéticas no decorrer dos anos.

Naturalmente, através das décadas seguintes, os grupos foram crescendo e tornando-se pequenos reinados, e os humanos e freaks já haviam se misturado novamente.