domingo, 20 de dezembro de 2009

'Da music -

Aquela noite estava fresca. Tinha acabado de entrar, e já tinha muita gente. Muita gente entrando, poucos saindo. A fila era grande, a expectativa também. Olhava as pessoas à sua volta, todas vestidas para chamar a atenção. Sua roupa não era diferente. Estava sexy. Usava botas, meia arrastão, saia preta um pouco acima do joelho, e uma blusa que mostrava os ombros. (Sexy, não vulgar) O cabelo ia até o meio das costas, ondulando um pouco e tinha um rosto fino, onde a maquiagem caia bem.
O show estava começando, pessoas se reuniam em volta do palco, o ambiente escureceu, e luzes piscavam de acordo com a música. As amigas a haviam abandonado (fofoqueiras),e ela apenas curtia a música entre as pessoas que se esbarravam o tempo todo. Era bom ouvir aquela música alta, melhorava o coração partido. Aliviava a dor o modo como o peito afundava com o som alto. Pensava ironicamente sobre tudo naquele momento, nada escapava.
Ela tentava aproximar cada vez mais das caixas de som até chegar num nível tão alto de música que não pudesse ouvir seus pensamentos. No caminho, um jovem a olhava. Ela sorriu em reflexo. Ele se aproximou e disse "Qual é o seu nome?", mas nao esperou resposta. Ele beijou-a, puxando-a pra si. E ela foi. Acompanhou o beijo, acompanhou a música, mas só conseguia sentir aquele gosto amargo de alcool, nicotina, amor, ódio... Um gosto enjoado de lembranças recentes... Um gosto de simplesmente não sairia de sua boca.
A cada toque, a cada beijo do estranho, lampejava um pensamento, a sensação de que não era justo, de que todo seu esforço de nada valera. Era dilascerante a diferença dos toques, do modo de beijar... Sentia na boca o gosto do descaso, da impessoalidade, da falta de sentimento e sobra de instinto, o conforto da falta de compromisso. Quanto mais a profundidade dos pensamentos aumentava, o vaso de vidro trincava. Sentia ódio e amor mais que tudo, poderia simplesmente desaparecer, ou considerar o alcool e a nicotina sua proxima opção. Nos pensamentos, ouviu os gritos de espanto das amigas, mas nao se importou porque logo iria pra casa tentar dormir para sempre.

sábado, 18 de julho de 2009

Let her mind wander


Little Lotte, let her mind wander
Little Lotte thought: I am fonder of dolls
Or of goblins, or shoes
Or of chocolates?
No, what I love best, Lotte said
Is when I'm asleep in my bed
And the Angel of Music sing songs in my head
The Angel of Music sing songs in my head


Little Lotte - Phantom of the Opera

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Ás vezes sinto uma falta, mas não sei de que. E ás vezes penso no que pensar, e se meus pensamentos tem pensamentos. Penso se tudo gira, ou se sou eu. Ou se tudo esta errado porque está certo, ou talvez o contrário. Penso como são as pessoas. Gente esquisita, né? Mas será mesmo?
Imagino as coisas como são, se são assim mesmo, e se são por ser. Penso num mundo ao contrário. Seria tão ruim? Imagino os sonhos. E por que sonhar? Como sonho? Por que sonhos tem sonhos? E são tão reais. Estamos de fato acordados?
E pra onde minhas pernas me levariam? Se não tem caminhos? Mas passeamos. Ás vezes não sei o que pensar. Mas penso memso assim. Porque os pensamentos tem pensamentos. Porque é assim ou assado. E por que tantos por quês? O que é a curiosidade do por que?
E o que tem nesse coração, além de bater rápido por você? E gosto tanto do seu beijo, e não preciso pensar nisso. É só que quero pra sempre.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Sempre

Ela estava deitada na cama, mas se lembrava perfeitamente de tudo. A madeira era marrom-claro com tons de amarelo e manchinhas pretas, e havia aquele cheiro de grama do jardim. Tudo era organizado, naturalmente. Muitos livros se acotovelavam prateleiras, livros grossos sobre todo tipo de assunto. Ela se perguntou se ele já lera todos, mas o sim lhe veio imendiamente sem que precisasse verbalizar sua pergunta. O lugar era simpático, as fotografias sorridentes, armário arrumado, mas roupa espalhada. Ela gostava. Era arrumado, sim, mas tinha seu toque de vida.
O banheiro em si já era mais característico a começar pela gilete na pia. E os perfumes masculinos espalhados na prateleira. Mas nenhum fazia diferença. Tudo tinha o perfume dele. Era agradável e doce. Ela sabia que era porque ele mesmo era assim. Talvez ela também fosse, mas não fazia diferença. Foi uma batalha, mas eles venceram. Ambos ganharam. Porque estavam juntos.
Ela virou-se na cama e sorriu. Riso leve. As lembranças lhe abraçavam. Quantas vezes ela esteve lá, e o mundo nem sabia. Mas estava tudo bem, com ele sempre estava tudo bem. Os beijos silenciavam qualquer dúvida que poderia existir. Mas ela discordaria, porque não havia nenhuma. Tudo finalmente parecia estar certo. Tudo no lugar, mas com seu toque de vida. Sorriu mais uma vez. Lembrou do jeito como ele sorria, de como é sincero, de como conforta. Aquele sorriso era só pra ela. Nenhuma palavra tinha sido dita, mas ela sabia. Ele nao sorria assim para mais ninguém, e ela sorria de volta. Se perdia do mundo e se encontrava naquele abraço. Macio. Quente. Seguro. Firme quando precisa ser firme. Gentil sempre que abraça. E ela lá ficou e dormiu. Na lembraça, no abraço, no dia seguinte. Sempre.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Noite

Em todos os idiomas europeus, a palavra NOITE é formada pela letra N + o número 8.
A letra N é o símbolo matemático de infinito e o 8 deitado também simboliza infinito, ou seja, noite significa, em todas as línguas, a união do infinito.

Português: noite = n + oito
Inglês: night = n + eight
Alemão: nacht = n + acht
Espanhol: noche = n + ocho
Francês: nuit = n + huit
Italiano : notte = n + otto

A noite nunca mais vai ser a mesma...